A Pontifícia Universidade Católica do Chile (UC), em Santiago, ultrapassou a Universidade de São Paulo (USP) como a melhor instituição de ensino superior da América Latina, segundo o ranking divulgado nesta quarta-feira, 1º, pela Quacquarelli Symonds (QS), especialista global em educação. A QS considera como critério a empregabilidade dos alunos, o número de professores por estudante e a reputação acadêmica, entre outros indicadores.
Enquanto a USP é uma instituição pública, a UC é particular, com mensalidades que variam de acordo com os cursos.
A anuidade de Direito, por exemplo, é 7,7 milhões de pesos chilenos (cerca de R$ 43 mil). O valor por ano para estudar Arquitetura na UC é de 8,5 milhões de pesos (R$ 47 mil). Engenharia custa 9,5 milhões de pesos (R$ 56 mil) e Medicina, 10 milhões de pesos (R$ 56 mil).

Outra diferença entre as instituições é o número de alunos. São cerca de 30 mil estudantes na instituição chilena, e 88 mil na paulista. Segundo a QS, a proporção de professores por estudante da UC é de 65, já a da USP, de 50.
A USP fez 91 anos em 2025. Já a UC soma 137 anos. A instituição foi fundada em 1888 pelo então arcebispo de Santiago.
A Pontifícia Universidade Católica do Chile concentra 18 faculdades, divididas em cinco câmpus: quatro em Santiago e um em Villarrica, no Sul do Chile.
Dois ex-alunos da UC chegaram à presidência do Chile: Sebastián Piñera (2010-2014 e 2018-2022), graduado em Economia, e Eduardo Frei Montalva (1964-1970), de Direito. O ex-presidente do Banco Central do Chile (1982), Miguel Kast também estudou na instituição. A lista de egressos ainda inclui Alberto Hurtado, segundo santo do Chile, e Raúl Silva Henríquez, arcebispo de Santiago.
O que a USP diz sobre queda no ranking
A USP destaca que o ranking se baseia em dados de 2023. “Ainda não reflete o desempenho real da universidade em alguns indicadores”, diz Fátima Nunes, coordenadora do Escritório de Gestão de Indicadores de Desempenho Acadêmico da instituição.
Ela cita o critério que mede a proporção de alunos por professor, que não contabiliza, diz, as contratações recentes. “Mesmo assim, a USP mais uma vez é a instituição brasileira com a melhor colocação, o que reafirma a liderança.”
Para especialistas, oscilações em rankings – para cima ou para baixo – devem ser vistas com cuidado. Mudanças nos critérios de avaliação ou no total de instituições analisadas, por exemplo, influenciam.
É preciso também levar em conta particularidades das instituições, como número de alunos, perfil dos professores, políticas de inclusão social, natureza das pesquisas desenvolvidas, modelo de financiamento (público ou privado) etc.