ENVIADA ESPECIAL A BELÉM – Em Belém para participar da Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-30), o ministro da Educação, Camilo Santana, disse ter sentido falta da presença de crianças na conferência. Segundo ele, essa seria uma forma de sensibilizar os adultos tomadores de decisão. Ao Estadão, Camilo também afirmou que não acredita em qualquer política climática que não passe pela área.
“Eu queria ver muita criança andando aqui nessa COP, até porque elas representam a esperança e o futuro das nações e do nosso planeta. E a gente precisa da conscientização em relação ao cuidado com a natureza, cuidado com a água, a relação do homem com a natureza, é preciso começar pelas nossas crianças”, disse o ministro.

Por isso, segundo Camilo, a educação tem de estar no centro dos debates e negociações em Belém. “Aqui na COP é aquele momento em que os chefes de Estado vão assumir compromissos, metas de descarbonização, mas eu não acredito que qualquer política ambiental ou climática ocorra sem passar pela educação”, disse.
De acordo com o Ministério da Educação (MEC), só em 2024, quase 1.500 municípios tiveram de interromper aulas por causa de eventos climáticos extremos. Isso afetou mais de 10 mil escolas. Ainda segundo a pasta, apenas 10% das escolas do Brasil têm climatização.
“A questão ambiental não é mais aquela temática do futuro. É uma realidade do presente”, diz o ministro. “Pretendemos rever as diretrizes curriculares nacionais da educação ambiental. Acredito que esse é o caminho, pensar numa escola verde, uma educação que veja a escola do ponto de vista sustentável, do ponto de vista da própria infraestrutura, que a gente possa ter energia solar, reuso de água, coleta seletiva de lixo, escolas adaptadas às questões regionais climáticas.”
Diante do atual cenário, Camilo fala, inclusive, em uma “educação verde” no País. “O brasileiro ainda não está muito familiarizado com esse tema. A primeira coisa é construir uma educação que tenha uma relação direta com a natureza, que possa construir escolas sustentáveis, que seja uma contribuição para o desenvolvimento ambiental.”