Após receber cuidados no Centro de Triagem Animal, a cadela foi adotada por uma fotógrafa.
Um vídeo que circulou nas redes sociais nos últimos dias causou forte comoção e revolta na população oriximinaense. As imagens que foram divulgadas pelo Prefeito Delegado Fonseca, mostram uma cachorrinha sendo vítima de maus-tratos em via pública. A gravação que já alcança mais de 81 mil visualizações, flagrou o momento em que duas pessoas, em uma motocicleta, aparecem segurando o animal, enquanto uma terceira pessoa se aproxima e desfere um tapa no focinho da cadela.
A cena rapidamente se espalhou pelas redes, gerando indignação e mobilizando internautas em busca de providências. Diante da repercussão, por determinação do Prefeito Fonseca, a Secretaria de Segurança Pública do município informou que o caso já foi encaminhado para as autoridades policiais, que estão apurando os fatos e buscando identificar todos os envolvidos na agressão.
Após o episódio, a cachorrinha foi resgatada e levada para o Centro de Triagem Animal (CTA), onde recebeu os primeiros cuidados veterinários. Segundo os profissionais do centro, o animal foi avaliado, medicado e batizado carinhosamente de Princesa pela equipe. O desfecho ganhou um tom de esperança na manhã desta quinta-feira 05. A publicitária e fotógrafa Karina Andrade se sensibilizou com a história e decidiu adotar Princesa, que agora terá a oportunidade de viver em um lar cercado de amor, cuidado e proteção.
“Momentos antes de receber o vídeo da denúncia, eu tinha visto uma publicação pedindo adoção pra ela. Achei a coisa mais linda, me chamou atenção na hora, mas deixei passar. Logo depois, me procuraram pra denunciar um caso de maus-tratos. Quando abri o vídeo, era ela. Não acreditei no que estava vendo e eu só queria saber onde ela estava. Depois disso, a resposta foi rápida. Muita gente se mobilizou e, felizmente, logo soube que ela já estava sob os cuidados do CTA. Fiquei mais tranquila. Saber que ela tá segura me deu um alívio enorme. Vou conhecer ela. E, olha, é engraçado como tô ansiosa por isso. Mas, só quem já se apaixonou por um doguinho entende o quanto esse carinho é transformador. Desde pequena tive muito contato com animais. Agora, morando aqui em Oriximiná, estava sentindo falta dessa companhia. E, pelo visto, vai ser ela. De um jeito inesperado, nossos caminhos se cruzaram. E eu acredito que algumas conexões são mesmo assim: acontecem quando a gente mais precisa”, declarou
Atualização – As investigações seguem em andamento e, segundo o Delegado de Polícia Civil, Igor Belchior, todas as pessoas envolvidas no caso já foram identificadas. O inquérito policial está em fase de apuração dos detalhes para que sejam adotadas as medidas cabíveis, conforme prevê a legislação brasileira de proteção aos animais. “Já identificamos quem são as pessoas. A Polícia Civil esta tomando todas as medidas legais de investigação. Agora nesse momento não podemos dar maiores informações para não atrapalhar o andamento do processo. Após a conclusão, iremos tornar público com riqueza de detalhes”, disse.
Maus-tratos a Animais – Maltratar animais é crime no Brasil, conforme a Lei nº 9.605/1998, a qual prevê sanções penais e administrativas, com penas que variam de três meses a um ano de detenção, além de multa. Para maus-tratos a cães e gatos, a Lei nº 14.064/2020 aumenta a pena para reclusão de dois a cinco anos. A Resolução CFMV nº 1236/2018 define crueldade, abuso e maus-tratos, destacando a responsabilidade de veterinários e zootecnistas em identificar e denunciar esses atos, e inclui orientações sobre práticas como eutanásia e transporte de animais, sempre visando minimizar o sofrimento.
Texto de Patrício Coimbra
Com informação da Polícia Civil de Oriximiná e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
