Durante muito tempo, o ensino técnico foi visto como um caminho limitado, voltado apenas à inserção rápida no mercado de trabalho. Hoje, essa percepção muda à medida que escolas e famílias percebem que essa formação pode abrir múltiplas portas — inclusive para o ensino superior e para carreiras internacionais. Esse foi o tema do último episódio do podcast É Sobre Educação, produção do Estadão Blue Studio em parceria com o Sesi-SP.
O programa reúne Thelma Tavares Dias, especialista da Editora Moderna, Luiz Fernando Melques, coordenador técnico educacional do Sesi-SP, e Natália Santana, especialista em educação profissional do Senai-SP, para discutir como a formação técnica e a acadêmica se complementam e fortalecem a trajetória dos jovens.
Integração que transforma
Segundo Melques, a parceria entre Sesi-SP e Senai-SP mostra que o curso técnico é uma ponte, e não o fim da jornada. “O curso técnico não é um ponto final. Ele é um ponto de continuidade”, afirma. Luiz comenta que a integração começa no 9º ano, quando escolas e famílias são envolvidas para desconstruir o mito de que esse tipo de formação limita o acesso à universidade.
Thelma acrescenta que o modelo tem sido decisivo para reduzir a evasão escolar. “O ensino médio integrado ao técnico é uma possibilidade de manter o aluno na escola”, destaca. A especialista lembra que, além da formação acadêmica, o formato cria oportunidades de inserção no mercado local, valorizando as necessidades produtivas de cada região.
Com metodologia baseada nas demandas reais da indústria, o Senai-SP mantém alta empregabilidade: 88,6% dos alunos estão empregados seis meses após a conclusão dos cursos, e 92,1% das empresas afirmam preferir contratar egressos da instituição. “O aluno é o protagonista da sua aprendizagem e o docente entra na mediação”, explica Natália, ao descrever o modelo de ensino voltado à autonomia e à resolução de problemas reais.
Educação sem fronteiras
O impacto da formação integrada já ultrapassa as salas de aula. Hoje, 54 alunos formados pelo Sesi-SP e Senai-SP estudam no exterior. Como parte desse processo, os diplomas técnicos também somam pontos e são valorizados pelas universidades estrangeiras, ampliando as oportunidades de ingresso. “É um programa que nos enche de orgulho. Esses jovens levam novas perspectivas e conhecimentos para analisar a nossa realidade e propor soluções”, diz Melques.