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Férias… e seu filho não sai do celular? 3 pontos para ficar de olho (e não é só tempo de tela)

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Férias escolares, muito tempo livre. Em vez de significar somente um período de descanso de atividades programadas e da correria para chegar na hora marcada, o que seria ótimo para a infância e a adolescência, o maior desafio da parentalidade atual só aumenta. Pais e mães, muitas vezes ainda trabalhando, elevam seu nível de estresse na tentativa de evitar que seus filhos passem os dias sem aula apenas nas telas.

Quando há poucas obrigações diárias, é bom lembrar de estabelecer combinados de tempo de uso – com supervisão por meio de apps ou presencialmente. O ideal seria entre 2 e 4 horas por dia de telas, dependendo da idade da criança e do adolescente. E ter sempre um adulto por perto para checar o que estão vendo, jogando ou com quem estão conversando.

Porque tão importante quanto limitar o período no celular, no tablet ou no computador é supervisionar o conteúdo a qual os filhos têm acesso – poucos minutos de um vídeo inapropriado pode ser mais nocivo do que horas de Peppa Pig.

Há especialistas que são rígidos em recomendar somente redes sociais depois dos 16 anos e a Austrália fechou o ano com a entrada em vigor da primeira lei do mundo que proíbe o uso para crianças e adolescentes.

Redes sociais são o que mais afetam as meninas, segundo Haidt
Redes sociais são o que mais afetam as meninas, segundo Haidt

Por aqui, em março, começa a valer o chamado ECA Digital, que vai exigir que perfis de menores de 16 sejam atrelados aos de seus responsáveis e ainda que as plataformas impeçam que conteúdos inadequados cheguem às crianças e adolescentes.

Mas enquanto isso, veja três pontos para ficar atento:

  • Idade do perfil: O perfil do Google, usado para acessar e-mail, pesquisas e o YouTube, e ainda os de redes sociais, como Instagram e TikTok, devem estar cadastrados com a idade verdadeira da criança ou do adolescente. Se o menor eventualmente mentiu ao se cadastrar, é preciso ajustar isso nos aplicativos que permitem. Isso porque há plataformas que já têm mecanismos de proteção aplicados automaticamente para menores. Ao entrar na internet em qualquer plataforma com perfil adulto, mesmo com o do pai ou o da mãe, a criança pode ter acesso a conteúdos inapropriados e prejudiciais ao desenvolvimento. Há ainda os chamados dix, os perfis secretos que os adolescentes usam nas redes sociais. Pesquisa feita com jovens mostra que eles justificam essas contas principalmente porque “os adultos veem problemas onde não tem”.
  • Vídeos curtos: O consumo rápido dos vídeos curtos fragmenta a atenção e favorece ciclos repetidos de engajamento, mostram pesquisas, o que é ainda mais nocivo para cérebros em desenvolvimento como os das crianças e adolescentes. A fragmentação dos conteúdos altera a percepção do tempo e faz com que a pessoa permaneça conectada por períodos mais longos sem perceber. Além disso, o design de página inteira dos vídeos aumenta o efeito ao remover distrações e ampliar a imprevisibilidade do conteúdo seguinte, que ajuda a manter o impulso de rolar. Muitos deles ainda usam os chamados brain rots, cuja tradução é “apodrecimento cerebral”, o que seria o resultado desse consumo exagerado de um material sem significado, nada desafiador, que pode levar o cérebro a uma deterioração. Neste ano, chamou a atenção das crianças personagens totalmente sem sentido como o tralalero tralala, um tubarão com patas e tênis Nike criado por inteligência artificial.
  • Algoritmos: Os vídeos ainda são alimentados por sistemas algorítmicos de recomendação que utilizam dados comportamentais para prever preferências e sugerir conteúdos com alto potencial de engajamento. Tudo isso leva a uma liberação de dopamina, o neurotransmissor ligado ao prazer, que pode induzir o vício e a compulsão. E ainda direcionar a criança a conteúdos inadequados, como pornografia, discursos de ódio, misognia. O Estadão fez uma experiência e criou perfis falsos de adolescentes para observar como seria o direcionamento de conteúdos. Ao mostrar interesse por futebol, no primeiro dia viam-se apenas vídeos de passes e gols. Mas, a partir do segundo dia de monitoramento, em ambos surgiram conteúdos machistas, homofóbicos ou de mulheres sexualizadas.

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