A Universidade de São Paulo (USP) saiu do topo da América Latina no mais recente ranking Quacquarelli Symonds (QS), uma das principais referências globais em análise do ensino superior, divulgado nesta quarta-feira, 1º. A nova líder é a Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Chile.
A instituição paulista exalta o fato de ter sido a brasileira com melhor colocação e diz que o levantamento se baseia em dados de 2023, que não captaram as recentes contratações de docentes na USP.
“Ainda não reflete o desempenho real da universidade em alguns indicadores”, diz Fátima Nunes, coordenadora do Escritório de Gestão de Indicadores de Desempenho Acadêmico da instituição.
A QS analisou 437 instituições e considera como critério a empregabilidade dos alunos, o número de professores por estudante e a reputação acadêmica, entre outros parâmetros.
Entre 2014 e 2023, a USP perdeu 818 professores, uma redução de 15% no quadro. Diante da falta de docentes, alunos e professores fizeram uma paralisação que durou semanas para pressionar por reposição mais rápida.

Como resposta na época, a reitoria prometeu concurso para mais de mil vagas. O ranking, sustenta a universidade, não captou esse reforço recente. “Mesmo assim, a USP mais uma vez é a instituição brasileira com a melhor colocação, o que reafirma a liderança”, diz Fátima.
Especialistas ponderam que oscilações em rankings – para cima ou para baixo – de um ano para o outro devem ser vistas com cautela. Mudanças nos critérios de avaliação ou no total de instituições analisadas, por exemplo, pesam no resultado.
É preciso também levar em conta particularidades das instituições, como número de alunos, perfil dos professores, políticas de inclusão social, natureza das pesquisas desenvolvidas, modelo de financiamento (público ou privado) etc.